O rapaz passa a noite bebendo. Embriagado, dirige até sua casa, sem se preocupar se pode matar alguém pelo caminho.
Pela manhã, precisa trabalhar. Acorda de ressaca e atrasado. Liga o carro e sai em alta velocidade. Pega o celular enquanto está ao volante e vai conversando com a chefia para avisar que está chegando... Não usa sequer o cinto de segurança.
Com uma das mãos segurando o celular enquanto dirige, não se preocupa em acionar a seta. Depois que guarda o aparelho, continua sem se preocupar.
Passa o semáforo no vermelho em nome da pressa. Buzina para quem está lento, costura no trânsito e continua em alta velocidade, agora conversando com a namorada ao celular.
Ao chegar na rua do local de trabalho, tem dificuldade para encontrar vaga. Então, estaciona na vaga para deficiente.
No trabalho, tenta entrar atrasado, mas o vigia impede. O rapaz, então, recorre ao famoso "jeitinho brasileiro", saca R$ 10 e oferece ao colega. O vigia, que deveria cuidar da segurança e impedir que atrasados entrem, aceita o dinheirinho para a cervejinha e deixa o jovem passar.
Depois do trabalho, o rapaz vai para casa com o carro mais uma vez em alta velocidade. Acaba sendo fotografado pelo radar. Revoltado, reclama da "indústria da multa" em sua cidade.
Sem dar seta, continua costurando no trânsito. Liga mais uma vez para a namorada para confirmar o compromisso daquela noite com ela e os amigos. Depois, continua dirigindo e ao mesmo tempo vendo no smartphone as mensagens dos amigos do Facebook. E até responde algumas.
Um idoso tenta atravessar na faixa de pedestre e quase é atropelado por ele, que ainda buzina e xinga.
Liga o som no último volume. Quer exibir a potência do equipamento, achando que todos que olham estão com inveja. Passa devagar por uma viatura, baixa o som e chama os policiais militares de "vermes" - baixinho, é claro.
Chega ao local onde marcou o compromisso com a namorada e os amigos. Como está muito cheio, estaciona em cima da calçada. Os pedestres são obrigados a passar pela rua. O som nas alturas, com o porta-malas aberto para compartilhar suas músicas enquanto eles não chegam. Um vizinho reclama, mas recebe como resposta um sinal com o dedo e um palavrão.
Logo, o grupo se reúne. Segurando faixas e cartazes, vão protestar nas ruas contra a corrupção, a violência... E pedem: "Acorda, Brasil"...
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