Adoro cinema. Desde garoto, fico fascinado pelo que o homem consegue fazer na telona. Acredito que atingimos a perfeição. Não é possível mais distinguir um humano de um ser criado em computador.
Como os efeitos especiais já não assustam tanto, agora a novidade é a era 3D. Você assiste ao filme no cinema com óculos especiais e parece estar dentro dele. É algo antigo - assisti à morte do Freddy Krueger no cinema, em 1991, com um daqueles óculos azul e vermelho que enganam o cérebro, e foi fantástico na época.
Por causa da minha admiração pelo cinema, coleciona vários filmes, principalmente os que me marcaram bastante neste meus 37 anos de vida. Um deles, "Tempo de Despertar" (Awakenings, 1990), uma obra de arte protagonizada pelos brilhantes Robert De Niro e Robin Williams, está guardado na minha estante há um bom tempo. Adquiri, mas não havia assistido outra vez.
Na noite desta segunda-feira (9), cheguei em casa e chamei meu filho, Michael, para assistir comigo. Acho que guardava o filme justamente para que ele assistisse comigo, ao lado da minha amada amante, é claro.
O longa conta a história do médico neurologista Malcolm Sayer (Robin Williams), na verdade uma autobiografia do neurologista e escritor Oliver Sacks. De Niro, em minha opinião, faz um dos melhores papéis de sua carreira, como Leonard Lowe, que lhe rendeu indicação ao Oscar de melhor ator.
A história, baseada em fatos reais, é muito triste. A cada cena emocionante, observava as reações do meu filho. Via no escuro o brilho em seus olhos, marejados pela tortura do personagem Leonard ao tentar se livrar de tantos tiques nervosos.
"Isto não sou eu", afirma Leonard ao médico ao tentar controlar os movimentos da própria cabeça. Foi a frase que mais me marcou.
Sua dança no refeitório com Paula (Penelope Ann Miller), em meio a tiques que vão cessando aos poucos... O seu caminhar com dificuldades depois disso, ao correr para olhar, pela janela, a única mulher que amou indo embora... Ele voltando a ficar catatônico e sua mãe colocando nele uma fralda...
Você reflete quando o filme termina. Descobre que coisas tão simples, como o simples fato de ir ao banheiro sozinho, são muito importantes para uma pessoa com problemas assim. Caminhar sozinho...
Você percebe que uma pessoa pode, sim, fazer a diferença, afinal Leonard despertou por causa da insistência do Dr. Malcolm...
Para meu filho, de 12 anos, a emoção foi grande demais. Chorou muito no meu colo quando os créditos do filme começaram a subir na tela.
Acho que um filme como esse ensina muita coisa pra gente. Para o Michael, foi um aprendizado, tenho certeza...
Na fotos acima, o personagem de Robin Willians (destaque) e o Dr. Oliver Sacks, que ainda está vivo. Abaixo, trailer mostra algumas cenas marcantes do filme:
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